Nos comunicamos através de imagens, cores, sons, cheiros, comportamentos e símbolos. Somos animais que se comunica. Da pré-história para a contemporaneidade o que mudou foi apenas as formas/maneiras de nos comunicarmos, interagirmos e relacionarmos uns com os outros.
Hoje, dia 01/11/2015, pela manhã minha irmã perguntou, num tom de curiosidade, o porquê de eu ter comprado uma escova de dente cor de rosa para ela. Então, eu respondi que não necessariamente a escova cor de rosa seria para ela e que ela poderia escolher qualquer uma das 3 que eu havia comprado ontem (azul, transparente e rosa, pois somos 3 - ela, um irmão e eu).
É óbvio que, ao dar aquela resposta, minha intenção era evitar a normatização/naturalização da cor rosa como sendo usada apenas por meninas. No final das contas ela acabou escolhendo ficar com a escova rosa.
Essa associação da cor rosa com o gênero feminino me parece já está enraizada no meu mundo e, também, em grande parte do mundo externo. Ao passo que se algum homem usar alguma roupa ou objeto cor de rosa este pode ser visto como afeminado ou como homossexual, pois parecerá estranho para a normalidade. Tal processo de naturalização é facilmente percebido quando folheamos algum livro didático, por exemplo, grande parte dos personagens femininos estão vestindo ou portando algum objeto cor de rosa e os personagens masculinos vestem azul.
A sensação que tenho é a de que somos personagens de uma peça teatral já elaborada/pensada para nós. Não temos nada de autenticidade, pois vivemos ou performamos o que já pensaram/programaram para nós.
Faça um teste bem prático: abra seu guarda-roupa e conte quantas peças de roupa cor de rosa tem dentro dele; agora abra o guarda-roupa de sua irmã ou de sua mãe e faça a mesma avaliação. E aí? O que constatou?
O que relato aqui não é nada novo e muito menos autêntico. Filósofos, acadêmicos e outros observadores como nós já sabem disso há tempos. Isso é apenas o fruto de uma observação e reflexão cotidiana que qualquer um pode fazer se se dispuser a tal.
Faça um teste bem prático: abra seu guarda-roupa e conte quantas peças de roupa cor de rosa tem dentro dele; agora abra o guarda-roupa de sua irmã ou de sua mãe e faça a mesma avaliação. E aí? O que constatou?
O que relato aqui não é nada novo e muito menos autêntico. Filósofos, acadêmicos e outros observadores como nós já sabem disso há tempos. Isso é apenas o fruto de uma observação e reflexão cotidiana que qualquer um pode fazer se se dispuser a tal.
Que outras identidades ou personagens foram elaboradas para nós? Que padrão de beleza buscamos? Qual é o nosso referencial de herói? Que outros personagens consegue identificar no seu cotidiano? Qual/quais personagem(ns) você performa? Quem elabora e dita tais personagens/identidades/modelos/arquétipos? O que implica estar fora de tais modelos? Escute, observe, e estude sempre. Só assim verá, ouvirá e discernirá. Não há castigo pior do que a ignorância.
Recomendo a leitura de: Admirável Mundo Novo (de Aldous Ruxley); o Mito da Caverna (de Platão); e o memorável filme: Matrix.
Críticas, sugestões de leitura? Comente em baixo.
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