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Saturday, 21 November 2015

O Sabor Amargo





Amargo é recordar tua missão de vida nesse planeta e vê-se apático ante o caos das teias kármicas de tuas ações.

Amargo é o sabor da frustração de ter existido nesse planeta como um parasita, câncer que apenas usufrui dos recursos aqui presentes.

Amargo é o veneno de olhar para trás e enxergar arrependimentos e ressentimentos.

Amargo é a cegueira da aparente lucidez da personalidade que luta para conquistar seus interesses umbilicais.

Amargo é rotular tudo e todos com teus podres preconceitos ao invés de saboreá-los com toda a inocência do momento presente.

Amargo é acordar com a sensação de vazio e deitar com o anseio de teus ácidos desejos.

Amargo é viver enjaulado nas projeções de que tudo e todos competem contra ti.

Amargo é a incapacidade de estar em harmonia contigo mesmo, de fechar os olhos e descansar em paz. 

Amargo é construir tuas relações baseadas nas carências da tua personalidade.

Amargo é ter que orgulhosamente continuar a farsa de uma conduta pois enunciaste algo e te encontras incapaz de voltar atrás no que dissera. 

Amargo é estar constantemente a procura de modelos perfeitos ou ídolos a serem seguidos. Porém, incapaz de ver a si mesmo como próprio modelo ideal ou apto a construir-se a si mesmo.

Amargo é olhar para trás e se dar contar de que não amou.

Ah, se amargo fosse o sabor que sentisses ao agir como esperto, ao tirar proveito de tudo e de todos ao teu redor.

Ah, se a ânsia de vômito te interpelasse só de pensar e agir como espertalhão. 



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