Amargo é recordar tua missão de vida nesse planeta e vê-se apático ante o caos das teias kármicas de tuas ações.
Amargo é o sabor da frustração de ter existido nesse
planeta como um parasita, câncer que apenas usufrui dos recursos aqui
presentes.
Amargo é o veneno de olhar para trás e enxergar
arrependimentos e ressentimentos.
Amargo é a cegueira da aparente lucidez da
personalidade que luta para conquistar seus interesses umbilicais.
Amargo é rotular tudo e todos com teus podres
preconceitos ao invés de saboreá-los com toda a inocência do momento presente.
Amargo é acordar com a sensação de vazio e deitar com o
anseio de teus ácidos desejos.
Amargo é viver enjaulado nas projeções de que tudo e
todos competem contra ti.
Amargo é a incapacidade de estar em harmonia contigo
mesmo, de fechar os olhos e descansar em paz.
Amargo é construir tuas relações baseadas nas carências
da tua personalidade.
Amargo é ter que orgulhosamente continuar a farsa de
uma conduta pois enunciaste algo e te encontras incapaz de voltar atrás no que
dissera.
Amargo é estar constantemente a procura de modelos
perfeitos ou ídolos a serem seguidos. Porém, incapaz de ver a si mesmo como
próprio modelo ideal ou apto a construir-se a si mesmo.
Amargo é olhar para trás e se dar contar de que não
amou.
Ah, se amargo fosse o sabor que sentisses ao agir como
esperto, ao tirar proveito de tudo e de todos ao teu redor.
Ah, se a ânsia de vômito te interpelasse só de pensar e
agir como espertalhão.
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